
Beleza (ou a falta dela) e os B.O.s no namoro
Vamos começar com um disclaimer importante: isso aqui não é sobre estética, é sobre autoestima.
Sabe aquela pessoa que se acha feia? Que tem uma autoestima em baixa altitude, quase subsolo? Então. Namorar alguém assim pode até parecer inofensivo no início — afinal, você não tá ali pela aparência, né? Mas, amigo(a)… segura essa bucha emocional.
A insegurança em não se aceitar como é
Quando a pessoa não se sente bonita, desejável ou minimamente interessante, ela começa a viver em modo alerta. Tudo vira ameaça. Um comentário seu, um like, alguma foto aleatória, uma conversa boba com um amigo… tudo é sinal de que você pode estar “perdendo o interesse”. E aí começa o inferninho: testes emocionais, joguinhos, ciúmes disfarçado de cuidado.
E tem mais: esse tipo de insegurança às vezes vem maquiada de carinho. Só que é um carinho que sufoca. Que cobra. Que quer controle. E você, que só queria amar alguém de boa, começa a se sentir sufocado porque todo dia tem uma prova de fidelidade, lealdade, afeto e paciência.
Você vira o experimento emocional da pessoa
É isso mesmo.
Você vira o objeto de estudo do projeto “Será que eu sou amável?”. A pessoa, sem perceber (ou às vezes percebendo sim, tá?), começa a te manipular pra se sentir segura. Te provoca ciúmes, te ignora pra ver se você sente falta, te compara com os ex (ou com os outros), só pra confirmar que ainda tem seu amor garantido. E você? Vai desidratando emocionalmente.
O problema é que, quando a pessoa não acredita que tem valor, ela começa a projetar isso em você. Ela se sente tão “pouco” que precisa que você prove o tempo todo que ela vale alguma coisa. E ninguém aguenta viver provando o óbvio 24 horas por dia.
Na real: quem tá bem com si mesmo não joga com o outro
Olha, não estou dizendo que gente bonita é perfeita, viu? Mas geralmente, quem tá minimamente em paz com o espelho e com quem é, não fica tentando compensar suas inseguranças com drama e manipulação.
Gente que se conhece e se gosta (nem que seja só um pouquinho) não precisa transformar relacionamento em CSI amoroso. A vida já tá difícil, a gente não precisa namorar alguém que funciona como um teste psicológico ambulante.
Construa sua identidade antes de entrar em campo
Se você não sabe quem é, vai acabar aceitando qualquer papel que o outro quiser te dar. E o pior: vai começar a acreditar que precisa provar seu valor o tempo todo. Spoiler: não precisa.
Relacionamento saudável começa quando duas pessoas sabem o que querem, o que merecem e o que não vão aceitar. E pra isso, você precisa ter limites muito claros. Porque quem não impõe limites… aceita migalha achando que é banquete.
Resumo da ópera?
Se você tá num relacionamento onde vive pisando em ovos, sendo testado, se sentindo um rato de laboratório — acende esse alerta.
Não dá pra curar a insegurança do outro com o seu afeto. Amor não dá conta do que só a terapia resolve.
Se conheça. Se valorize. E entenda: o mínimo que você merece é um relacionamento que funcione. Sem provas, sem testes, sem drama.
Porque relacionamento bom não é aquele que parece novela. É aquele que dá paz.
Pra fechar o caixão com dignidade…
No fim das contas, se relacionar não é sobre aparência, e sim sobre presença.
É sobre estar inteiro, sem precisar sugar do outro o que a gente ainda não encontrou em si. Relacionamento bom não se baseia em insegurança disfarçada de amor, nem em controle disfarçado de cuidado.
Se amar alguém significa viver se justificando, se explicando e se provando… então talvez esse “alguém” precise primeiro se encontrar antes de se juntar.
Você não tá aqui pra consertar ninguém.
Você tá aqui pra dividir o caminho com alguém que também queira caminhar.
E se for pra amar, que seja leve, livre e sem testes surpresa.
Porque a vida já tem desafio demais — no amor, a gente merece sossego.
